Não consigo descrever-te a agonia desta tarde, apenas superada pela felicidade gerada pela carta que recebi, por email, agora mesmo.
Confessar-te o meu amor foi mais forte do que eu. Tinha percebido o teu interesse, mas estava inseguro em relação ao teu amor. Foi curto o espaço de tempo que passamos juntos, mas suficiente para me apaixonar, perdidamente, por ti. No entanto, o tempo passa de forma diferente para cada um de nós e, desconhecedor do teu ritmo, ansiava ouvir a tua sentença. Sim, foi como um réu que eu esperei a tua resposta. Na minha fantasia imaginei que me respondias de imediato. Esqueci-me que a vida nos encadeia e enrola, como um novelo, não permitindo uma reação tão atempada como as expetativas de quem connosco se relaciona.
A ansiedade foi tomando conta de mim e a mesma fantasia que me fez sonhar com o teu amor, foi-mo roubando, à medida que o tempo ia passando. A meio da tarde já a ansiedade se tornara desespero e os cenários mais negros foram tomando forma. A falta de resposta alimentava este sentir negativo, que pela hora de jantar me estrangulava, retirando-me a fome. Era a agonia que se aproximava. Vi o teu email entrar no canto inferior do ecrã. Tinhas respondido! Li a carta com sofreguidão. A emoção tomou conta de mim…
O amor, este estado de alma que tão facilmente nos fortalece como nos mortifica, extravasa por todos os poros. É, pois, legítimo afirmar que transpiro felicidade. Mas definir o estado de beatitude em que me encontro, depois de ler a tua carta, não é tarefa fácil. Não encontro palavras para descrever tudo o que as tuas me fizeram sentir. Tu reinventaste-me. O Eu que se ergueu da sementeira de palavras que, com tanto carinho, tu semeaste, é muito melhor do eu. Amar-te tornou-me um homem melhor, mas ser amado por ti deu-me força para enfrentar qualquer dificuldade. A teu lado sinto que tudo é possível.
Fortalecido dessa forma, sonho… Sonho com momentos idílicos passados a dois. Sonho sentar-me a beira mar e ver o pôr do sol, abraçado a ti, ao mesmo tempo que o mar nos salga, docemente, os pés, temperando o nosso amor para a vida. Sonho com passeios infindáveis, de mãos dadas, à sombra de árvores seculares, que com a sua sombra protegem o nosso amor de tudo e de todos, tornando-o eterno. Sonho que, deitados lado a lado, contamos as estrelas, à luz do luar e que estas não se comparam ao número de dias que quero passar contigo. Sonho… sonho simplesmente contigo! Vou contar os minutos e talvez os segundos para ver se o tempo passa mais depressa. Vou literalmente encurtar o tempo: irei ter contigo na quinta feira, ao fim do dia. Quero entregar-me a ti. Quero mostrar-te o quanto eu te amo, não com meras palavras, mas com os meus atos. Anseio pelos teus braços, por sentir o palpitar do teu coração junto ao meu, sintonizando-os, para que vivam em uníssono uma vida a dois.
Sou um curioso numa busca permanente e contínua do sentido da vida. Sou gestor, professor universitário, formador, blogger e escritor (bom, aprendiz de escritor!)
Ver todos os artigos por Manuel Miranda da Mota
Para quem ama as letras é fácil escrever, porém, não é fácil manter a cabeça no lugar. Um pouquinho de cada coisa, dança, desenho, música e o principal textos. Venha me acompanhar nessa aventura.
A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança...