Os relatórios diários não acrescentam nada à informação publicada em várias fontes, onde podem encontrar bem mais detalhe do que aquele que este relatório vos apresenta. Assim o relatório passa a ser ocasional, dependendo, sobretudo, de existir alguma análise que entenda ser relevante divulgar.
O formato deste relatório será completamente diferente e irei limitar-me a realçar um conjunto de aspetos que me parecem interessantes e que deixo para vossa reflexão.
NÚMERO DE INFETADOS
O valor absoluto dos infetados tem vindo a aumentar e assim irá continuar, pois é medido em termos acumulados. Assim, o que é relevante é analisar o comportamento do número de infetados por dia. A esse propósito chamo à atenção para o facto de estarmos a assistir a uma inversão da tendência crescente. Será que já atingimos o Pico? Veja-se o gráfico que se segue.
O número de infetados, para ser comparável com outros países deveria ser medido em termos de percentagem por cada mil habitantes. Só assim se poderá comparar os números portugueses com os de outros países. Vejam uma amostra dos nove países do mundo com maior número de infetados.
Tirem as vossas conclusões!
NÚMERO DE ÓBITOS
Independentemente de a morte ser sempre algo a lamentar é importante, para efeitos de análise do impacto desta pandemia, que o mesmo seja enquadrado dentro do contexto da normalidade. Para isso deixo em baixo o link (ministérios da saúde) para o gráfico da mortalidade geral, ao longo de vários anos em Portugal. Constata-se o seguinte:
Em Portugal morrem, em média 400 pessoas por dia, nos meses de outono/inverno e 250 nos restantes.
A mortalidade em Portugal em 2020, já incluindo mortos por COVID-19, não é superior à banda registada anos anteriores. Embora pareça que a curva dos óbitos de 2020, a partir de Abril, vai ser ligeiramente superior à média, podendo esse valor ser imputado à Pandemia.
Já tivemos picos, em nos anteriores em que morreram 500 ou mais pessoas por dia (8/07/2013:498; 31/12/2016:417; 2/01/2017:578; 6/08/2018:508;), quer devido a surtos de gripe, quer devido a ondas de calor.
A taxa de mortalidade situa-se agora nos 2,56%. Esta taxa é inferior à média de muitos outros países e claramente inferior à de Espanha e Itália.
Sou um curioso numa busca permanente e contínua do sentido da vida. Sou gestor, professor universitário, formador, blogger e escritor (bom, aprendiz de escritor!)
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Para quem ama as letras é fácil escrever, porém, não é fácil manter a cabeça no lugar. Um pouquinho de cada coisa, dança, desenho, música e o principal textos. Venha me acompanhar nessa aventura.
A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança...