Pantanal, Brasil. Um dia abrasador e arrasador. Cercados apenas pela natureza, água, vegetação e animais. Uma visão paradisíaca! Percorrer a estrada pantaneira num autocarro, sem ar condicionado, foi penoso e longo. Um desafio superado com consequências nefastas para o corpo e com algumas baixas. Uma bomba de gasolina no meio do nada. O imprevisto que se manifesta na avaria do autocarro. A deceção dos que decidem regressar! A primeira “chapada”. Sem aviso somos invadidos pelo verde intenso que nos cerca e pelas quedas de água cristalina, cujo som se confunde com o canto dos pássaros de várias raças e cores. Uma festa de som e de cor que invade os nossos sentidos. Quando finalmente chegamos ao Hotel Fazenda o almoço tardio que nos esperava pareceu-nos a coisa mais abominável à face da terra. O corpo cansado e nauseabundo de transpiração, pedia líquidos e descanso. Os sentidos estavam embotados de tanto ver, ouvir e sentir, cheios, tal qual a máquina fotográfica, de imagens simultaneamente belas e de repetição entediante. Depois de um banho eu e Paula juntamo-nos ao grupo de farmacêuticos que tinha aproveitado um congresso em Cuiabá para ir conhecer o Pantanal. No centro do pátio a mesa de pedra redonda, coberta com colmo, proporcionava um abrigo precário do calor que combatemos com anedotas e cerveja, alternados com banhos na água morna da piscina. A tarde passou de forma pachorrenta e ao som das gargalhadas. A pescaria da piranha caiu como uma bomba. Fazia parte do programa e lá fomos nós, rio acima, à procura do condimento para o famoso caldo de piranha. Os crocodilos bordejavam o rio com menos sorte que as piranhas que mordiam os dedos ao ser retiradas do anzol. O jantar. Medonho, o mesmo peixe do almoço! O caldo de piranha picante e delicioso, bebido de forma sôfrega, caiu sobre uma cama de cerveja. A noite passada na casa de banho largando jatos incessantes, uma mistura de cerveja, picante e sol. Um despertar miserável no meio do edílico da natureza. Uma recordação inesquecível!
Sou um curioso numa busca permanente e contínua do sentido da vida. Sou gestor, professor universitário, formador, blogger e escritor (bom, aprendiz de escritor!)
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Para quem ama as letras é fácil escrever, porém, não é fácil manter a cabeça no lugar. Um pouquinho de cada coisa, dança, desenho, música e o principal textos. Venha me acompanhar nessa aventura.
A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança...