Pairando no ar, de asas abertas e olhar afiado,
Buscou na planície, a mais frondosa floresta.
Questionou outras aves, sobre qual o melhor lado,
Buscou uma entrada, nem que fosse uma fresta!
És ave de rapina, mas levas o que te deixam levar,
Mas os que te veem, não deixam de te recear!
Em voo rasante, anunciaste a tua chegada,
Afastando concorrentes, mas consciente do perigo.
Numa floresta, que desconhecia que vinha trovoada,
O carvalho mais frondoso aceitou ser o teu abrigo.
Foram muitas as perguntas, com resposta bastante,
Dadas pela floresta, que não era ignorante!
Entraste de mansinho, no coração da floresta,
Pejada de pardais e coelhos na erva rasa.
Os mais lestos e astutos, será tudo o que resta,
Vem aí a caçada, a floresta está em brasa!
Abriram-te as portas, mas foram os primeiros a cair,
Os que o perceberam foram lestos a fugir!
Em confinamento, fizeram-se festas sem festejos,
Celebrou-se o natal, no meio de grande fadário.
E com recato, comeram-se as passas com desejos,
Findou-se o ano que não queríamos no calendário!
O que nos leva e o que nos deixa o corvo no novo ano?
Saberemos, meus senhores, com o cair do pano!