Insatisfeita, buscas disso a razão.
Impaciente, vives apenas a tua dor!
Em silêncio, deixas sofrer o coração,
Convencida de que acabou o amor.
Esperavas algo diferente da vida?
Olha, a partilha disso ficou esquecida!
Acordas do sonho, para ver a teu lado,
Um homem que te olha enternecido!
O parceiro de sempre, não mais desejado,
Desiludida, deixas a angústia viver contigo.
O que te afasta do que outrora foi querido?
Algo que vive em ti, sem por outro ser sentido!
Julgas a profundidade do que conheces,
Contrapondo a sedução pelo desconhecido.
Ignorando que aquilo que agora enalteces,
É menos do que aquilo por ti já sentido!
Como podes esquecer toda a emoção vivida?
Apostando no desconhecido, a tua nova vida!
No outro, descarregas a tua grande frustração.
Sentes-te vítima de uma vida sem sabor.
Vês nele o culpado dessa fracassada relação,
O responsável pela evaporação de tanto amor.
Não sentes dever existir alguma partilha?
Hoje é mau, ontem foi a oitava maravilha!
Opinam as amigas: um coletivo de jurados.
Opina aquele, que escutas agora com atenção.
Críticos ferozes, comungam perfilados,
Setas certeiras que dilaceram o coração.
Que sabem eles, sobre o sentir do teu coração?
Para deixares que prevaleça a sua opinião!
Talvez um dia despertes dessa doce ilusão,
E vejas que o amor esteve sempre a teu lado.
Queiras, de novo, ser dona desse coração.
Depois de na valeta o ter abandonado.
Merece perdão tão insensata atitude?
Talvez, pois saber perdoar é uma virtude!
Nesse momento, em que a busca terminou.
Percebes o tempo perdido em busca da ilusão.
A teu lado, esteve sempre o homem que te amou,
Mesmo quando, partindo, lhe partiste o coração.
Quanto vale o amor que te aceita e abraça?
Não tem preço: foi-te dado e é de graça!