COVID-19 | RELATÓRIO DO DIA 12/04/2020

COVID-19 | RELATÓRIO DO DIA 12/04/2020
Tal como avançado há oito dias atrás o pico da Pandemia COVID-19, já foi atingido e, contrariamente ao que era expetável, foi atingido quer em termos de número de infetados, quem em termos de internados. Vejamos algum detalhe.
NÚMERO DE INFETADOS
O valor absoluto dos infetados tem vindo a aumentar e assim irá continuar, pois é medido em termos acumulados. Assim, o que é relevante é analisar o comportamento do número de infetados por dia. Esse número tem vindo a apresentar grandes oscilações no entanto é possível observar uma inversão da tendência a partir do dia 30/03. O grande crescimento verificado no dia 10/04, seguido de uma redução no dia 11/04, não alteram, em nada, a linha da tendência decrescente, identificada.
Esta tendência é confirmada pelas taxas de crescimento evidenciadas no gráfico que se segue.
Constate-se que a taxa média de crescimento dos últimos oito dias é apenas um quarto da taxa média de crescimento de todo o período.
O número de infetados, para ser comparável com outros países deveria ser medido em termos do seu peso no número de habitantes. Usando este indicador, Portugal não tem uma posição confortável, encontrando-se a meio da tabela, quando comparado com os doze países, com maior número de infetados.
Vejam o gráfico e tirem as vossas conclusões!
NÚMERO DE ÓBITOS
Independentemente de a morte ser sempre algo a lamentar é importante, para efeitos de análise do impacto desta pandemia, é que o mesmo seja enquadrado dentro do contexto da normalidade. Para isso, analiso o gráfico da mortalidade geral ao longo de vários anos em Portugal. Constata-se o seguinte:
Em Portugal morrem, em média, 400 pessoas por dia, nos meses de outono/inverno e 250 nos restantes.

A mortalidade em Portugal, em 2020, já incluindo mortos por COVID-19, não tem sido superior à banda dos anos anteriores. Embora neste momento já seja evidente que a curva dos óbitos de 2020, a partir de Abril, vai ser ligeiramente superior à média dos anos anteriores, devendo o diferencial ser imputado à Pandemia.
Note-se, no entanto, que já tivemos picos, em anos anteriores, regiastando-se dias em que morreram 500 ou mais pessoas (8/07/2013:498; 31/12/2016:417; 2/01/2017:578; 6/08/2018:508;), quer devido a surtos de gripe, quer devido a ondas de calor.
A taxa de mortalidade situa-se agora nos 3,04%. Esta taxa compara da seguinte forma, com os doze países do mundo, com maior número de infetados.
INTERNADOS
A grande vantagem de Portugal, quando comparado com os países em que a pandemia teve maior impacto, esteve na sua capacidade (talvez tenha sido apenas sorte!) em controlar a população que foi infetada, de forma a reduzir drasticamente o número de internados e, dentro destes, os que se encontram em UCI. Isto evitou que o sistema de saúde entrasse em rotura. Este é o esforço que tem de ser continuado.

CONCLUSÕES
Portugal teve sucesso no combate à pandemia evitando a rotura do sistema de saúde.
Vejamos se não vamos pagar isso com:
  • Um segundo ciclo de pandemia em Outubro,
  • Um prolongamento do estado de emergência por mais tempo
  • Uma ausência de imunidade coletiva, no fim do primeiro ciclo da pandemia
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