Nu
Despido, nu…
Com a alma aberta de par em par,
Mergulhado no medo,
Esconde o segredo,
Que tanto quer revelar.
Entrega-se à verdade?
A esperança é onde se pode agarrar!
Despido, nu…
Deu tudo o que sabia!
Entregou-se de alma e coração.
Deu o corpo, começando pela mão…
Deu, porque simplesmente queria.
A mentira foi paga bastante?
Não para ele: percebeu quando a recebia!
Despido, nu…
Tantas coisas perdidas!
Coisas a que outros dão valor.
De cabeça erguida e peito cheio de amor,
Com serenidade, limpa as feridas.
Tiraram-lhe tudo?
São outras coisas que dão sentido à vida!
Despido nu…
Tiraram-lhe as vestes, esses senhores!
Juraram humilhá-lo, nessa condição.
Enganam-se todos quantos levantaram a mão,
Apontado o dedo e criando dissabores.
Confusos clamam: onde falhamos?
Afinal a vida rege-se por outros valores!