O limiar

O Limiar

Uma queda, mais outra e ainda outra,

sensações estranhas num corpo que te falha.

A ajuda, à distância de um telefonema…

Uma única linha, mas dois interlocutores:

de um lado o amor, do outro a irresolução.

Esperas um conforto que te afague,

uma ajuda que à dor coloque um fim

e que torne a hora menos aziaga.

Esperas num desespero, que alonga o esperar,

uma ajuda que tarda, mas que vai chegar.

Começa uma jornada, com destino incerto!

Num caminho único, duas trajetórias distintas:

os que te conduzem têm destino marcado,

o teu, depende da vontade de um coração atribulado.

Ora numa batida de passarinho, depois reage,

desesperado, em violenta aceleração!

Sofres a agonia de um mar revolto,

num corpo que se exaure e docemente se entrega.

O balanço é bom, terminou a refrega.

Na mente, as imagens, correm como num ecrã:

o passado é então colocado em perspetiva…

Será assim tão fácil desligar-se da vida?

Uma maca, um corredor, espasmos e visões.

Momentos difíceis, suavizados pela luz.

Abre-se a porta e tudo o que importa,

é o conhecimento que denota, quem nos conduz.

Rolas apressado, caminhando para a salvação,

abres os olhos e com tremores, vives a urgência.

Um sorriso, uma mão, uma pulseira adequada,

o bloqueio visível, num eletrocardiograma.

Tudo é difuso numa visão consciente, mas desfocada,

no limiar da fronteira, entre o Tudo e o Nada.

Doce despertar em alegria celebrado,

Mas afinal, qual é a ocasião?

São e salvo: regressas um homem novo,

ao seio de Teu mundo, onde sempre serás amado.

Desapareceu o abismo que na mente habitou,

a máquina funciona, a serenidade retornou!

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