Sentir…
O palpitar de um coração,
Sem saber por quem bate.
Da vida um forte abanão,
Oh! a crueza do combate…
Sentir…
O gume a trespassar a alma,
Tecido invisível dilacerado…
Que a morte outrem clama.
De algo tão puro e desejado!
Sentir…
Fugir, debaixo dos pés, o chão.
Uma loucura impiedosa e exigente.
Quebrar-se a magia da comunhão.
Que ao outro, se é indiferente!
Sentir…
Que nada mais faz sentido,
Tomado de pungente agonia,
Que mais valia a vida ter perdido,
Que o engano, que feliz te fazia!
Sentir…
O coração explodir e sangrar.
Que com lágrimas a alma te consola!
Que vais continuar a amar,
Uma ausência, que te assola.