UM BEIJO

Os teus lábios carnudos, anunciam festim,

Tão rubros e apetitosos, como uma cereja.

Uma tentação louca, que cresce em mim,

Molestando-me, sem que ninguém a veja.

Esta força que me atrai, será paixão?

Ou apenas o desejo, lançando sua confusão.

O receio que me invade: um efervescer!

Pés desobedientes, que me conduzem a ti.

Algo em mim contraria, a vontade do ser.

Um beijo explosivo: algo que nunca vivi.

Que sabor é este, que me preenche a alma?

Um adregar cunctatório, que me inflama.

Ardem os lábios, num toque sedutor,

Sente o peito fanado, o pobre coração.

Trémulo, busco homizio, qual malfeitor,

Torno-me sério e loquaz, em obtestação.

Porquê este ofendículo, no meu caminhar?

Caio nos teus braços, só no Céu posso estar!

Endireito-me e busco, no recôndito do teu olhar,

A esperança de saber, o meu sentir correspondido.

Brindas-me com um panegírico, bom de matar,

Faltam as forças, estou num mar de ondas perdido.

Porque obduras o olhar e é ofídico o teu sorriso?

Quando, desesperado, eu de ti mais preciso!

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